domingo, 31 de julho de 2011

Férias! Até breve!

Célia Gil
 Caros amigos, vou de férias durante quinze dias e regresso no dia 16. Não tenho grande acesso à net, por isso não vou postar nos próximos dias nem vou poder ler as postagens, mas faço questão de ler ao chegar! Até breve! Entretanto, deixo uns vídeos com alguns poemas que li!

Irmã que nunca tive
Perdi o meu sorriso
É difícil dizer adeus


Não, aguardo o momento exato!

Célia Gil
Mais um pequeno poema lido. Um domingo cheio de paz, amor e inspiração para todos!

sábado, 30 de julho de 2011

Lágrimas

Célia Gil
(imagem do Google)

Sempre que o mundo é cruel,
árido e seco,
há em mim uma lágrima
que transborda para o papel.

Sempre que as pessoas são frias,
de sentimentos vazias,
depois de um bom livro ou filme,
há em mim uma lágrima incompreendida
que torna sublime
a alma comovida.

Sempre que me julgam sem razão,
opinam com palavras frias,
há em mim uma lágrima de compaixão
para com essas pessoas vazias.

Por isso mesmo,
a minha lágrima
é de pessoa sadia
de quem sente e tem coração.
Porque a quem não cai lágrima,
é apenas pedra fria,
onde nada nasce,
nada se cria,
tudo definha à sede de emoção.
                                                Célia Gil


sexta-feira, 29 de julho de 2011

Deixem-me escrever enquanto viver! (reedição)

Célia Gil

Aqui vai mais um poemazinho que resolvi ler! Bjs e bom fim de semana a todos!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Quem sou eu para te impedir de partir?

Célia Gil
(imagem do Google)


Não te prendas por mim…
Parte quando achares
que chegou a hora de partir.
O meu amor
é uma cela aberta
que só recolhe quem vem por bem,
onde só permanece
quem quer ficar.

Não te vou julgar, descansa!
Podes partir…
A mágoa é uma ferida que sara.
Nos meus olhos
não mora apenas a tristeza,
são ninhos
que acolhem infindos sentimentos.

Se partires, faz-me um favor:
não voltes!
O meu coração é uma grande casa
onde cabe muita gente,
mas que gosta da constância
dos que o habitam.
Não gosta de vaivéns
ou falsos arrependimentos.

Por isso, se te fores,
vai-te de vez!
                         Célia Gil

terça-feira, 26 de julho de 2011

Abomino a palavra ADEUS

Célia Gil
(imagem do Google)


Não gosto da palavra ADEUS!
É demasiado definitiva,
irremediavelmente definitiva!
Fica a ecoar nos ouvidos
e nas amplas paredes da alma,
à espera de um regresso,
um improvável regresso.

Adeus é uma pedra
Deitada de repente
Em profundas águas que a
Usurpam para
Sempre.

Adeus é um impropério
Deixado cair ao acaso
Em situações
Ultrajantes. Que morde como
Serpentes.

Adeus é uma despedida
Da alma quando parte
Em direção ao céu
Última morada do
Ser.

Não gosto da palavra ADEUS!
                                     Célia Gil

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Fuga

Célia Gil
Resolvi fazer uns filmes com alguns poemas antigos, lidos por mim, com o auxílio de produção do meu filho mais novo! Espero que gostem!

domingo, 24 de julho de 2011

Milagre da escrita

Célia Gil
(imagem do Google)

Para lá do mar
e da distância
está a fragrância
de um doce ondular…
Ondas grafemáticas
plenas de memórias
de outras histórias
tão mágicas!
Brisa que acalenta
roçando-me a pele,
pegajosa de mel,
arrepiando a alma sedenta.
Abro as ondas incertas
com mãos determinadas
e busco as palavras certas
pela caneta dominadas.
É o milagre da escrita
que caminha sobre o mar
erguendo aos céus a mão bendita
que impede o sonho de naufragar.
                                       Célia Gil


sábado, 23 de julho de 2011

Amo-te

Célia Gil
(imagem do Google)


(Dedicado ao meu marido, pelos nossos 17 anos de casamento e 5 de namoro)


Hoje, meu amor,
quero ver nos teus olhos
que a distância não existe,
que, para além do tempo,
o nosso amor persiste.

Quero a calma, a tranquilidade
de mãos dadas com a paixão,
sem deixar morrer a emoção,
mas com ternura e cumplicidade.

Quero o teu olhar carinhoso,
olhos de sentimentos sadios,
um olhar bem caloroso
que me aqueça nos dias frios.

E quando o olhar não bastar,
quero palavras francas
para renovar alianças
e não deixar o amor findar.

Quero que sintamos orgulho
um no outro, para sempre.
De mãos dadas, olhando em frente,
confiantes no futuro!
                                         Célia Gil


sexta-feira, 22 de julho de 2011

Escadaria dos sonhos

Célia Gil

(imagem do Google)

Hoje quero subir os degraus
azuis até ao último andar…
E, no terraço, tocar as nuvens,
confessar-me ao sol,
beber um refrescante sumo de sonhos,
aspirar as ilusões que pairam no ar
e trazer nos meus olhos o infinito.
E, ao descer, quero voltar a ser criança,
descê-las escorregando pelo corrimão,
sentir-me capaz e poderosa,
livre, leve e ingénua.
Quero ter na mão o poder
de consertar os erros,
de usufruir dos momentos
que ficaram esquecidos no passado.
Recuperar a fé e a confiança
e, com mãos de fada,
viver a apoteose da felicidade.

Mas, no meu peito,
bate um coração fragilizado,
com cicatrizes impressas pelo tempo
e rugas em olhos de sofrimento
a desfazer-se em lágrimas dolorosas.
E as nuvens, intocáveis, estão lá longe,
o sol é inatingível,
o sumo tem apenas laranjas,
as ilusões dissiparam-se
escondendo-se por becos poeirentos.
E a criança, essa cresceu
e tornou-se na adulta magoada,
que cresceu à pressa,
mas que procura no passado
apenas o equilíbrio do presente,
que continua a olhar em frente
e a subir a escadaria dos sonhos!
                                        Célia Gil

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Atlântico

Célia Gil
(imagem do Google)


Caminhando à beira-mar,
paro a cada momento
para contemplar
a sua grandiosidade,
a sua magnitude,
a sua profundidade.
Perco horas a apanhar
conchinhas, búzios e pedras,
pequenos presentes
oferecidos pelo mar,
jóias preciosas que guardo
no fundo do meu aquário,
como a recriação
deste universo marítimo,
para que possa contemplar
e sentir um pouco
a força das águas
e da beleza que encerram.
E mesmo as ondas fortes
são música nos ouvidos
e acalmam-me,
fazendo-me sentir em paz,
numa harmonia total.
E o meu perfume
é a brisa marítima
que se desprende
dos meus cabelos.
Como me revigoras
e como me confortas,
mar meu!
Atlântico de sonhos,
de grandes projetos,
de grandes feitos!

                      Célia Gil




Incertezas

Célia Gil
(imagem do Google)

Não há certezas. A minha certeza não é a mesma dos que me rodeiam. Quantas vezes já ouvi afirmar peremptoriamente, “tenho a certeza de que o meu filho é educado!”, quando eu sei, na minha certeza, que “tenho a certeza de que é um miúdo mimado e impertinente.”

Não suporto certezas atiradas ao acaso num universo de dúvidas.

Tive quem me dissesse, em dada ocasião da vida, “tenho a certeza de que a tua mãe vai vencer a doença!” E eu acreditei de tal maneira que me recusei acreditar que não havia nada mais incerto, porque não havia mais nada a fazer.

Sei que não é por mal. Tendemos a afirmar “De certeza que vais conseguir!”, “Tenho a certeza que vai correr tudo pelo melhor!” ou “Tudo vai melhorar!”, “Vais, com toda a certeza, superar essa fase pior da tua vida!” porque gostamos de dizer aquilo que sabemos que os outros vão gostar de ouvir.

Tantas certezas, mas nem Deus tem essas certezas todas, porque o ser humano se vai encarregando de destruir as Suas certezas. Daí os acontecimentos inesperados, a revelia da natureza, as grandes tragédias…

Não há certezas de nada. O mundo é feito de incertezas que nos encaram de frente, de dúvidas que não conseguimos resolver de forma definitiva e de surpresas que irrompem nas nossas vidas sem avisar.
                                Célia Gil

terça-feira, 19 de julho de 2011

Prisão urbana

Célia Gil
(imagem do Google)

Vivemos aprisionados
entre prédios imensos
que ofuscam a luz do sol.
As estrelas passam despercebidas
enfraquecidas pelas luzes
de altos candeeiros em betão.
Tudo é cinzento,
o sol mal raia pela janela
para brincar
com o sono da manhã.
E a vida corre agitada,
por entre sons citadinos.
Passos agitados e apressados
calcorreiam a toda a hora
os estreitos passeios.
Buzinas irritadas e ansiosas
ecoam em sintonia com travagens
repentinas e estridentes.
Cheira a freios queimados,
a alcatrão a derreter sob 40 graus,
a fumo, gasóleo e gasolina.
Sou prisioneira
desta selva urbana,
ansiando a libertação.
                          Célia Gil

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Sou frágil

Célia Gil


Como um cristal,
também eu me estilhaço em mil pedaços.
Como uma folha,
também eu envelheço
sempre um pouco mais,
até cair e ser pisada
por alguém que passará
sem me ver…
Como uma borboleta,
também eu tento esvoaçar
por entre obstáculos
com que a vida nos afronta,
procurando fugir à captura
de umas mãos
que me querem
presa na moldura
ou a embelezar um álbum
velho e poeirento.
Sou frágil!
E então?
Quem não é?

domingo, 17 de julho de 2011

Revolução do verbo querer

Célia Gil

Vou revolucionar o verbo querer,
deixá-lo sem pretérito imperfeito
para nunca mais poder dizer
“Eu queria”.
Assim, apenas quero!
Quero ser feliz,
quero que o mundo seja melhor,
quero a paz e a solidariedade,
quero o amor e a amizade.
Não terei desculpas
para dizer “Eu queria
mas não consegui!”
Só deixarei o presente,
porque quero
e o futuro,
porque quererei.
E, no fim, termino
de forma gloriosa
porque eu quis!
                        Célia Gil

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Poeta camponês

Célia Gil
(imagem do Google)


Dedos cansados e calejados,
dedos de trabalhador
poisam na folha de papel
e têm o poder
de plantar árvores
de todas as cores,
numa paleta de ilusões.
Têm o poder
de soltar borboletas
em todo o tipo de flores
num rodopio encantador.
Têm o poder
de tirar de uma pedra
a verdade,
de tornar a água da mina
numa nascente translúcida,
caindo em cascatas
onde se banham musas.
Têm o poder de fazer
bailar as palavras
em conotações desconcertantes.
Têm o poder
de brincar com as letras,
depositá-las ao acaso
até que delas se desprenda
aquela mensagem única,
a tirada irreverente,
a ironia estonteante,
a moral certeira.
Pasmo perante
este monstro da escrita
e do campo,
que com o seu canto
encanta os campos
e dá-lhes novas cores e significados.
                                      Célia Gil

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Felicidade

Célia Gil

Ser feliz é um conceito desejado, por todos ansiado. Mas o ser humano quer uma felicidade plena, pensando encontrá-la na realização material, na procura do topo a nível profissional. Mas nunca alcança o que realmente deseja, porque esse desejo é infinito. Quanto mais alcança, mais deseja alcançar. E esquece-se sempre que os momentos mais felizes ficaram pelo caminho, porque se lhes fecharam portas, numa sede de poder, na procura de um bom estatuto na sociedade. Movidos pela ganância e egocentrismo, numa vida apressada, numa luta desenfreada. Atingido o topo, resta um ser vazio, sem vida, de quem não soube viver a felicidade, porque esta não estava no topo, como erroneamente pensou, mas no percurso, naquele percurso em que, quando havia possibilidade de a encontrar, lhe virou as costas e a ignorou.
                                                                  Célia Gil

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Pequenos grandes gestos

Célia Gil

(imagem do Google)


Há pequenas coisas
que indiciam
o rumo que queremos
dar às nossas vidas.
Pequenos gestos,
como o de puxar o cabelo
para trás da orelha,
um carícia leve no rosto,
um roçar de lábios,
um piscar de olhos,
um elogio…
Dão sentido à nossa vida.,
completam-nos
e dão-nos segurança.
É a cumplicidade
a protagonizar
o romance da vida,
a transformá-lo
numa história de amor
que queremos eternizar.
                                   Célia Gil




terça-feira, 12 de julho de 2011

O meu silêncio

Célia Gil
(imagem do Google)


No silêncio encontro
tudo o que quero ouvir.
Escuto a minha voz interior
a confessar-me ilusões,
a sussurrar-me emoções,
a desabafar desilusões,
a implorar orações.
E eu sorrio,
sinto a paz invadir-me.
Ah, silêncio reconfortante!
Sílabas murmuradas,
lentas letras alinhavadas,
cigarras em sintonia
no som que preenche o meu dia,
som do meu silêncio!
                        Célia Gil
 

sábado, 9 de julho de 2011

Os meus olhos ainda brilham

Célia Gil



(imagens do Google)

Nos meus tempos de infância
os meus olhos tinham o brilho
de segredos por desvendar,
de sonhos por alcançar,
de mares por navegar.
Tudo era fantasia,
pura alegria…
Nos meus tempos de infância
os meus olhos tinham o brilho
de aventuras por viver,
de histórias por conhecer,
de palavras por perceber.
O futuro sorria-me
e em troca recebia o meu sorriso
em lábios vermelho papoila.

Hoje os meus olhos ainda brilham
por recordar tudo quanto vivi,
por conhecer as pessoas que conheci
e porque não quero perder totalmente
a criança que foi a minha semente.
                                        Célia Gil

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Conto infantil - lealdade canina

Célia Gil
Anoiteceu de repente
quando o sol se escondeu
na encosta para sempre
e tudo escureceu.

Os donos da casa fugiram
o pior logo temendo.
Sendo pleno dia sentiram
que algo estava acontecendo.

À luz da vela, pelo meio dia
aos céus ergueram cântico profundo.
Mas, entretanto já a Lurdes dizia
“Ai homem, que é o fim do mundo!”


O cão, logo em grande ansiedade,
não ficou de patas cruzadas,
foi anunciar às éguas a novidade,
deixando-as muito preocupadas.





O cão logo ali reuniu
todos os animais da herdade
e cada um sugeriu
que se descobrisse a verdade.

 
“Anoiteceu porque o sol
quis mais cedo se deitar”
sugeriu o caracol
cansado até de falar.



“O sol resolveu esconder-se
para mais estrelas chocar”
disse a galinha a meter-se
sem saber do que estava a falar.








“Para mim, o sol adoeceu
e está apenas a descansar”
afirmou o papagaio Dirceu
que gosta muito de opinar.

“Eu julgo que ele foi guloso
comeu todas as nuvens doces do céu”,
disse o gato Charmoso
a pensar no irresistível pitéu.

“Não digam tantas parvoíces,
o sol zangou-se e fugiu
porque os humanos lhe dão chatices”
respondeu o cão, enquanto sorriu.

Todos ponderaram no que ele disse
e concordaram prontamente,
mas agora a maior chatice
era trazer o sol novamente.

Logo o burro se ofereceu
para ir buscar um escadote,
subiriam ao céu
e meteriam conversa com o atrevidote.

Assim foi, dito e feito,
entre todos arranjaram
maneira de dar um jeito
e o escadote montaram.

Encostado à velha amendoeira,
tiraram à sorte quem iria,
logo o cão tomou a dianteira
e decidiu que ele seria.

Subiu por entre a escuridão
a escada que parecia não ter fim,
enquanto esperavam, ansiosos, no chão,
que o plano não fosse ruim.

Sorrateiro, lá ia o cão,
passo a passo, pata ante pata,
até deixar de ver o chão
e se dirigir ao cimo da escada.


Num canto, enroscado e infeliz,
numa nuvem o sol estava,
chorava como um petiz
o brilho quase lhe faltava.


No seu discurso eloquente,
o cão conseguiu convencê-lo
a voltar, porque toda a gente
queria voltar a vê-lo.

O sol, envergonhado com a sua atitude,
jurou jamais voltar a desaparecer
quando viu a inquietude
de todos quantos queriam vê-lo.

E os donos da casa orando a Deus,
agradeceram o milagre divino,
ignorando que o mérito não era Seu
mas do seu inteligente canino.

E o cão foi pelos animais aclamado
como o chefe da herdade,
por todos foi nomeado
pela coragem e lealdade.

Célia Gil



quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sou imperfeita

Célia Gil
(imagem do Google)

Não me digas que sou a perfeição
Porque sabes bem que isso é falsidade.
Não digas que tenho o mundo na mão
À doce ilusão prefiro a verdade.

Deixa-me admitir que sou imperfeita,
Deixa-me acreditar que eu sou assim.
Não quero ser a escolhida, a eleita
Mas dar o que guardo dentro de mim.

Quero aprender com os erros e crescer,
Nos erros o castigo merecido
Para com eles eu amadurecer.

Quero levantar-me quando cair,
Deixar o erro sempre corrigido
Para conseguir erguer-me e seguir.
                                          Célia Gil

terça-feira, 5 de julho de 2011

Personagem do livro

Célia Gil
(imagem do Google)

Sentada debaixo deste pinheiro,
de frondosos ramos que me abraçam,
suspiro, aspiro
absorvo o mundo inteiro.
Do meu lado direito
estendem-se os vales
que dormem ao calor da tarde.
A erva ondula-se,
insinua-se
à passagem serena da brisa.
Acordo da letargia,
pego nos óculos e no meu livro
e mergulho na fantasia.
Já sou eu a correr pelos vales,
a erva o meu cabelo a ondular,
levantado pela brisa a soprar.
E tu, meu príncipe,
já corres para mim,
me abraças loucamente,
por baixo do pinheiro do amor.
Sou a heroína do livro,
a bela mulher do romance.
E, de olhos fechados,
altero a história,
vivo o suspense,
sinto o sabor da vitória.
E é a brisa
que me sopra nos ouvidos,
me conta que tudo foi um sonho.
Desperto, de novo, para a vida.
                                   Célia Gil

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Futuro

Célia Gil



Desta vida levas o que plantaste.
Bem ou mal edificas o futuro.
Levas o Bem se acaso o semeaste;
o mal, se acaso o bem tornaste impuro.

E quando a coragem quiser fugir,
algema-a e mantém-na em teu poder,
só assim conseguirás construir
o que da tua vida queres fazer.

À coragem uma pitada de paixão
junta, sem esquecer de misturar
persistência, engenho, arte e coração.

Faz de ti tudo o que mais desejares,
para que te possas sempre orgulhar
ao colheres tudo quanto plantares.
                                        Célia Gil

sábado, 2 de julho de 2011

Stresse

Célia Gil
(imagem do Google)
    
      O stresse, a pressão do trabalho excessivo, deixam-nos perdidos, desorientados. Depois, passamos à fase da negação, em que não nos conformamos, rabujamos, refilamos e arranjamos todos os pretextos para fugir ao inevitável. Até as tarefas que mais desgostamos, como algumas tarefas domésticas, se tornam apetecíveis soluções para não enfrentarmos a realidade. Finalmente, enquanto nos dispersámos a digerir o inevitável trabalho que deixámos à espera, a consciência começa a morder-nos até parecermos “baratas tontas”. É aí que resolvemos enfrentá-lo, nos sentamos e fazemos face às dificuldades. Absortos, sem ver mais nada, numa árdua dedicação à tarefa inadiável. E só quando acabamos é que alguém se nos pode dirigir sem estar sujeito a um grito de desabafo ou a um não à interrupção.

     O que é mais estranho no meio de tudo isto é que, no fim, sentimos o orgulho da tarefa hercúlea concretizada. Mas longe de nos sentirmos completamente realizados, parece que esta missão deixou um vazio.

     O stresse é uma força impulsionadora e que dá sentido à vida. Sem ele esta seria monótona e vazia de objetivos.

                               Célia Gil


Participação em concurso

Célia Gil

Estou a participar no concurso 5.ª Pena de Ouro, organizado pela amiga Lindalva, com o poema "Perdi o meu sorriso", se gostar do poema não se esqueça de votar! Para ler o poema basta clicar no selo que vai directamente para o Ostra da Poesia. Nesse blog tem uma portinha do lado direito com as poesias!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Mulher fantoche

Célia Gil

(imagem do Google)


Todos se viram quando passas,
boneca vestida de trapos requintados,
lábios vermelhos, olhos carregados,
como enganas e como enlaças!

Cabelo negro, com extensões de veludo,
Chapéu de lado, acetinado,
Lábio de botox carnudo
Com gloss vermelho carregado.

És toda tu provocação,
cada milímetro pensado,
e no semblante enfeitado
não reflectes emoções.

És boneca ausente de sentimentos,
enfeitada com deboche,
que de tanto embelezamento
perdeu a vida e virou fantoche.

Fantoche telecomandado
que criou um ser inexistente
e com beleza aparente
nada pensa, nada sente
é mais um ser enlatado!
                               Célia Gil


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