terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Abraço da solidão

Célia Gil


A solidão envolve-nos nos braços,
mas não aquece a nossa alma.
Os seus dedos frios
traçam percursos de escuridão
numa pele cansada de existir;
estrangulam-nos a garganta
até suplicarmos por uma réstia de ar.
O seu bafo gélido
arrefece o amor,
congelado no tempo.
Impulsiona a saudade
a brilhar em plumas de fulgor,
até estontear o que resta de nós.
                                 Célia Gil

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Escrita indelével

Célia Gil
Resultado de imagem para naufrágio barco de papel
(imagem do google)

Não sei se o que sou persistirá
para além dos tempos na memória.
Ou se o meu barco naufragará,
abandonando simplesmente a história.

Não quero ser carvão que se apaga,
não quero ser a cinza que se desvanece,
não quero ser barco que naufraga
ou protagonizar um livro que se esquece.

Quero deixar marcados a tinta permanente
os sentimentos que o meu peito abraça.
Ficar, de alguma forma, para sempre
nos sonhos que a minha escrita traça.
                                              Célia Gil



quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Meus fantasmas

Célia Gil

(imagem do google)

Fantasmas existenciais perpassam-me
pelos olhos cansados de doer.
Fantasmas que vêm, vão, passam,
invadindo o meu anoitecer.

Fecho os olhos e ignoro a realidade.
Mas ela, dura e cruel, não me abandona.
Neste viver de insanidade,
ela é a minha padroeira, a minha dona.

quero adormecer todo o meu cansaço
e acordar numa outra dimensão.
Quero ignorar os fantasmas que abraço
para reaprender a viver na ilusão.
                                             Célia Gil

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