A solidão envolve-nos nos braços,
mas não aquece a nossa alma.
Os seus dedos frios
traçam percursos de escuridão
numa pele cansada de existir;
estrangulam-nos a garganta
até suplicarmos por uma réstia de ar.
O seu bafo gélido
arrefece o amor,
congelado no tempo.
Impulsiona a saudade
a brilhar em plumas de fulgor,
até estontear o que resta de nós.
Célia Gil
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