quarta-feira, 21 de junho de 2017

Clausura

Célia Gil
Resultado de imagem para cadeado do coração
(imagem do Google)

Vivo uma vida que não é minha,
enclausurada numa memória
que me algema ao passado.
Bem lá atrás do cristalino dos meus olhos
há um brilho por brilhar.
Por detrás de lábios finos comprimidos
há um sorriso a querer rasgar.
O cadeado com que prenderam
no meu peito as emoções felizes,
perdeu a chave da libertação.
Ficou a mágoa e o vazio
a corroer este pobre coração.

Célia Gil
(21/06/2017)

sábado, 17 de junho de 2017

A casa morreu

Célia Gil

Há um dia em que o cansaço
descansa em todos os cantos da casa.
As formas perdem forma
e, como fantasmas,
deslizam roupas
do cabide ao chão.
Formas informes
de tudo o que foi perdendo vida
nos cansados recantos
de outros encantos.
A força, a coragem, a razão de existir
esconderam-se em bafientos roupeiros,
velhas e desgastadas...
O vestido já não dança
no salão de baile,
em toda a sua imponência.
Os tachos, que outrora exalavam aromas
de amor com sabor a vida,
fecham-se nos armários escuros
do esquecimento...
Da caleira da casa
escorre um fio de humidade
no percurso de um verde
musgo do abandono.
Como uma lágrima
em estátua enegrecida
pelo tempo.
A casa morreu
no sentimento que perdeu.
                              Célia Gil
Resultado de imagem para casa assombrada real
(imagem pesquisada no Google)

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Pedaços de mim

Célia Gil


Escrevo porque existe aquele instante
de ideias a fervilhar na mente,
ainda que descabidas ou de índole secante,
dispostas a libertar qualquer corrente
que as prenda a um único ser.
Egoísmo atroz guardá-las só para mim,
quero servir uma farta mesa de palavras,
num manjar que, mesmo sem agradar,
possa deixar gravado em grafemas
o que o coração teima esconder.
Partilhar é um ato de entrega,
e eu entrego os meus poemas
assim, de forma simples,
com humildade.
Na secreta esperança
de serem lidos
e de espalharem pétalas sentidas,
mesmo em quem descreia que cada pétala
é uma mão no ombro,
um beijo na face,
um aperto de mão,
um abraço sentido!
               Célia Gil

                

domingo, 11 de junho de 2017

Baile de finalistas

Célia Gil
      Depois de um fim de semana atribulado - o meu filho mais novo teve o seu baile de finalistas de 12.º ano - aproveito para mostrar uma imagem da sala onde se realizou o jantar. Estava linda, parecia mesmo uma sala encantada, onde entraram os príncipes e as princesas lindíssimos. Foi o dia deles. Espero que todos consigam alcançar os seus objetivos e sonhos! Mas que não percam nunca a humildade e todos os valores que constaram da sua educação.



domingo, 4 de junho de 2017

Ali, no mundo dos sonhos

Célia Gil
Hoje é o princípio da vida que eu quero,
de virar costas às falsas verdades,
de ignorar vozes que tudo sabem
e seguir, pelo meu próprio pé,
rumo ao futuro que eu quero.
De mim depende o que me espera
ao dobrar da esquina,
ultrapassados os obstáculos,
em direção à mudança, ali tão perto.
Em sonhos que são nuvens cheias de luz,
de entre as quais chovem raios de sol.
Ali, onde  o que sou
é apenas o que quero,
o que me traz a vida à tona...
Certezas ladeadas de rosas,
angústias embaladas pela música,
adormecidos medos, a ninar, felizes.
Ali, onde se estende uma toalha,
na mesa do passado,
na fartura do presente,
no aconchego dos colos perdidos,
nos risos a entrar pelo coração,
que quase rebenta de alegria,
numa existência que se quer
num "viveram felizes para sempre",
em histórias cor de rosa
a flutuar na eternidade azul do céu.
Ali, onde os sonhos são naus
ansiando as águas por navegar.
Assim, ALI, onde os sonhos são possíveis!
                                                        Célia Gil
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(imagem pesquisada no google)

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