quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Mar de contrastes

Célia Gil
Há palavras que sabem a mar,
pesadas, salgadas,
mas aroma gustativo que sabe bailar
e envolver como onda de espuma
a refrescar e a fazer sonhar.

E há palavras que sabem a(mar),
que invadem com o cheiro a mar,
fazem sentir na pele as gotículas do mar,
permitem-nos escutar o som do mar...

E quando essas palavras se juntam,
contam histórias de encantar.
E quando se juntam tragicamente,
contam histórias em que morre gente.

O mar que embala a alma que repousa,
é o mesmo que estala e ousa
pôr em perigo a vida de tanta gente.

O mar que dá vida a uma alma perdida
é o mesmo que lhe suga e lhe tira a vida.

Sítio escolhido para o amor,
local eleito para a dor.

Mas que é sepultura de quem morre sem querer,
mas que é sepultura de quem o escolhe para morrer.

É o mesmo mar que é pintura, literatura,
sonho, cultura, ternura...
Imensidão!
                                      Célia Gil

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Purificação

Célia Gil


Corre um vento cortante,
que me invade a alma
e sinto o vazio preencher-me
de um pouco de nada.

Quero o aconchego
de uma lareira acesa
a crepitar-me por dentro.
A encher-me de sentimentos bons,
a presentear-me com histórias
que me embalem e me aqueçam.
Preciso de uma renovação,
renascer em mim,
reescrever o sentido da vida,
reencontrar a minha essência perdida,
purificar o coração,
redescobrir a emoção.

Vento cortante, 
leva de mim a tristeza,
esvazia-me da mente a incerteza,
ampara esta alma errante.
                                   Célia Gil


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