sábado, 6 de maio de 2017

Célia Gil
(imagem do Google)

Grito de uma cria solitária

Não sei, simplesmente não sei,
ser simplesmente mãe.
Sinto tanto a falta de ser filha!
E continuo a recordar-te com tanta saudade,
MÃE!
Sinto na ausência do teu colo
a minha ansiedade mais profunda;
na ausência da tua voz,
o silêncio que me martiriza;
na falta de conselhos e apoio,
as calinadas que dou na vida;
Ah, pudesse eu continuar a ser filha
para me sentir completa!
O vazio é um ninho que dói demais,
onde a cria triste e solitária
piará pela mãe até que esta a ensine a voar.
O meu voo é rasteiro,
não me deste tempo para aprender
a voar com a tua segurança.
Ser filha é não ser mãe sozinha…
No ninho, guardo apenas as nossas histórias,
neste ninho, que se vai desfazendo,
rio e choro na minha solidão de recordações.
O Dia da Mãe tornou-se no buraco escuro
da memória do dia em que partiste.
É tão bom ser Mãe, mas …
Pudesse eu voltar a ser filha!
E era tão bom ser tua filha!
                                Célia Gil

Célia Gil / Professora

Sou professora de português e professora bibliotecária, como tal gosto de ler e de escrever. Este é o meu espaço de partilha de alguns textos que escrevo.

1 comentários:

  1. Puxa, que emocionante! Realmente é tão bom ser filha, além de ser mãe... Eu tenho mãe fisicamente, mas ela não é mais nada do que foi.Uma pena...Há dias sabe, outros nada ... Uma tristeza...Mas enquanto viva estiver, a temos, a festejamos, embora dentro de mim, sei que aquela, foi embora há 7 anos... bjs, chica

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